Porque falar sobre isso é importante?
A violência contra a mulher é uma questão que vai além da nossa percepção cotidiana. Não é um problema de família, de bairro, cidade, estado ou país. É um tipo de violência que não distingue cor de pele, etnia, classe econômica ou social, e que, infelizmente, está presente nas sociedades em todo o mundo.
Várias mulheres são vítimas de violência a cada hora, e diferente do que é comum imaginar, essa violência não é apenas física, ou seja, não se resume a um tapa ou empurrão. Existem várias formas em que a agressão contra a mulher é praticada, e algumas fazem parte na nossa cultura, tornando difícil identificar quando acontecem.
A dificuldade de perceber quando a violência acontece é a primeira barreira para diminuir a violência contra as mulheres. Por isso, saber quais são os tipos de agressão e de que forma são praticados, é fundamental para superar essa barreira.
A ATITUDE N°1 que você pode adotar é se informar a respeito desse tema em textos, vídeos, documentários, podcasts, e outros, de fontes oficiais e confiáveis.
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres
O dia 25 de novembro foi definido como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. A data, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999, busca lembrar as pessoas sobre a importância de enfrentar a violência sofrida por mulheres em todo o mundo em suas várias formas, como a física, a psicológica, a moral, a patrimonial, a econômica e a sexual.
Qual a origem desta data?
A escolha da data é uma homenagem às irmãs Patria, Minerva e Maria Teresa Maribal, ativistas pelos direitos humanos da República Dominicana, assassinadas em 1960, durante o governo de Rafael Trujillo. A data funciona como um marco de referência para o monitoramento e promoção de ações de governos e instituições no combate a violência e aumento da conscientização sobre a questão.
Essa data não é uma celebração de apenas um dia, ela é parte de um período de conscientização, os “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”. A campanha, criada pela ONU, vai até o dia do aniversário da Declaração Universal de Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro.
Aqui no Brasil essa campanha foi ampliada, e se inicia antes, no dia em que é celebrado o Dia da Consciência Negra. Assim, temos os “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, compreendidos no período de 20 de novembro a 10 de dezembro.
A ATITUDE N°2 que você pode adotar é participar da campanha e “ser um ativista”, ou seja, conversar sobre o tema e compartilhar as informações de fontes oficiais com as pessoas que você conhece.
Como você pode ajudar?
É importante pensar que a violência, em todas as suas formas, acontece em situações de conflito, assim, saber como evitar ou mediar esse tipo de situação é muito importante para diminuir a ocorrência de violência. E uma ferramenta importante para essa demanda é a Comunicação Não Violenta (CNV).
A comunicação verbal e corporal são nossos canais principais de comunicação com as outras pessoas, e tem grande influência na forma como elas reagem a nós. Ou seja, aquilo que falamos, a forma como falamos, e a nossa expressão corporal são fatores chave na forma como o outro entende o que queremos comunicar.
Na forma escrita, seguir as regras já bem conhecidas sobre “como escrever bem”, como clareza e coesão, por exemplo, já ajudarão muito. Pedir a opinião de alguém de confiança sobre o que você escreve também é uma boa opção, antes publicar ou enviar para o destino final. Isso que dizer que a agração física não é a única fora de violência como grande parte das pessoas costuma entender.
O que é a comunicação não violenta?
Criada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg no início dos anos 60, a CNV é uma forma de expressão que tem foco no estabelecimento de laços, e em um olhar com mais consciência e empatia na comunicação com o outro.
Ela não se propõe a ser apenas “usar o jeito certo” de falar, mas entender que tudo que falamos é motivado por uma necessidade. E compreender a motivação para as atitudes e palavras do outro pode ser a chave para ajustar a nossa reação e evitar um conflito.
A proposta é que deixemos de reagir de forma automática e repetitiva durante a interação, e ao invés disso passemos a ouvir e observar com atenção o comportamento do outro, suas emoções e estado de espírito no momento. O que permitiria a percepção do respeito e o estabelecimento da empatia.
Apesar de estarmos focando na violência contra mulher nesta oportunidade, é importante ressaltar que todos (homens, crianças, idosos, animais, etc) podem acabar sendo vítimas de uma comunicação desarranjada e agrassiva, seja de modo verbal, físico ou escrito. A empatia é umas das peças chave para a aplicação da Comunicação não violenta.
A ATITUDE N°3 que você pode adotar é adotar a CNV nas suas relações, sejam elas de trabalho, familiares ou de outro tipo. A construção de ambientes saudáveis e mais acolhedores depende de quem participa deles, dê esse passo.
Como denunciar casos de violência contra a mulher?
É importante ter em mente que mesmo com todas as campanhas de informação, conscientização e ações para solucionar conflitos de forma pacífica, não é possível impedir em todos os casos que a violência aconteça. E nas situações em que a violência ocorrer, que denunciemos. Todo ato de violência contra a mulher deve ser denunciado. É importantíssimo que todos compartilhemos desse pensamento, e que ajamos de acordo.
As denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia, com o registro de Boletins de Ocorrência (BO), nas Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAMs), ou pela Central de Atendimento à Mulher, no telefone 180. Em situação de emergência pode-se ligar para o 190, o telefone da Polícia Militar. Também é possível denunciar pelo site da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, do Governo Federal através do link: https://www.gov.br/mdh/pt-br/ondh.
A ATITUDE N°4 que você pode adotar é denunciar quem pratica atos de violência contra as mulheres caso você tome conhecimento. A denúncia é o primeiro passo para encerrar um ciclo de violência.